Selton Mello e Fernanda Torres emocionados com reação à estreia de 'Ainda Estou Aqui' no Festival de Veneza

Selton Mello e Fernanda Torres emocionados com reação à estreia de 'Ainda Estou Aqui' no Festival de Veneza
2 set, 2024
por João Almeida | set, 2 2024 | Cultura | 0 Comentários

Selton Mello e Fernanda Torres emocionados com a reação do público no Festival de Veneza

A 1º de setembro de 2024, o aclamado Festival Internacional de Cinema de Veneza teve um momento especial e profundamente emocionante. O filme brasileiro 'Ainda Estou Aqui' foi exibido para uma audiência que respondeu de forma extremamente positiva, arrancando lágrimas não só da plateia, mas também de Selton Mello e Fernanda Torres, que fazem parte do elenco principal. A direção é de Walter Salles, conhecido por seu talento em trazer histórias tocantes à tela grande.

Lembrando que o filme é inspirado no livro de Marcelo Rubens Paiva, 'Ainda Estou Aqui' apresenta a comovente história de sua mãe, Eunice Paiva. Eunice sofreu de Alzheimer, mas sua luta contra o esquecimento é entrelaçada com memórias dolorosas do período da ditadura militar no Brasil. Ela enfrentou a terrível realidade do desaparecimento de seu esposo, o deputado Rubens Paiva, preso e desaparecido durante o regime militar na década de 1970.

Performance arrebatadora e reconhecimento internacional

Fernanda Torres e Fernanda Montenegro dividem o papel de Eunice Paiva em diferentes fases de sua vida. Essa colaboração de duas das mais talentosas atrizes brasileiras cria uma performance poderosa e genuinamente tocante. Selton Mello também compõe o elenco, contribuindo com sua reconhecida capacidade de interpretar personagens complexos e humanos.

A emoção foi palpável quando os créditos finais rolaram, e a sala foi inundada com aplausos incessantes que duraram dez minutos. Foi um momento de celebração do esforço coletivo da equipe do filme e um reconhecimento do impacto emocional da história contada. Entre os aplausos e lágrimas, era claro que a narrativa havia atingido um cordão emocional forte com a audiência multilíngue e multicultural presente no festival.

Reações e impacto nas redes sociais

Kiko Mascarenhas, outro membro do elenco, compartilhou esse momento tocante em suas redes sociais, expressando seu orgulho não apenas dos talentosos atores Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro, mas também de outros nomes como Marjorie Estiano, Antônio Saboia, Maeve Jinkings, Humberto Carrão e Dan Stulbach. Essas postagens rapidamente viralizaram, trazendo uma enxurrada de comentários positivos e ressaltando o impacto do filme.

'Ainda Estou Aqui' é uma produção original da Globoplay e está competindo pelo prestigiado Leão de Ouro, a principal premiação do Festival de Veneza. Mesmo enfrentando uma forte competição com filmes de peso como 'Queer', de Luca Guadagnino, 'Joker: Folie à Deux', 'The Room Next Door', de Pedro Almodóvar, e 'Babygirl', estrelado por Nicole Kidman e Antonio Banderas, a recepção calorosa indica um forte potencial para levar o troféu para casa.

História e memória: a importância de 'Ainda Estou Aqui'

'Ainda Estou Aqui' não é apenas um filme, é um testemunho poderoso sobre memória, resistência e o impacto duradouro de eventos históricos traumáticos. Ao focar-se na figura de Eunice Paiva, a narrativa aborda um lado íntimo e muitas vezes negligenciado das consequências da repressão militar no Brasil. O filme cria uma ponte entre o passado e o presente, convidando o público a refletir sobre o custo pessoal e familiar das ditaduras e a importância de manter viva a memória histórica.

A história de Eunice é também um lembrete crucial sobre a força e a resiliência das mulheres, frequentemente pilares silenciosos que sustentam famílias e comunidades em tempos de crise. Ao trazer essa história à tona, 'Ainda Estou Aqui' presta uma homenagem não apenas a Eunice Paiva, mas a todas as mulheres que enfrentaram e ainda enfrentam situações de extrema adversidade com coragem e dignidade.

Os desafios da produção

A produção de um filme tão carregado de emoções e significados históricos trouxe desafios únicos para Walter Salles e sua equipe. Recriar a realidade do Brasil dos anos 1970, com seus cenários e atmosferas, exigiu uma pesquisa meticulosa e um compromisso impressionante com a autenticidade. O roteiro, cuidadosamente adaptado do livro de Marcelo Rubens Paiva, teve que equilibrar a crueza dos eventos históricos com a sensibilidade necessária para abordar o tema do Alzheimer com respeito e profundidade.

Os cineastas trabalharam próximo às famílias das vítimas da ditadura, incluindo a própria família Paiva, para garantir que a representação fosse fiel e sensível. Este cuidado garantiu que o filme não apenas tocasse aqueles familiarizados com a história, mas também educasse um público mais amplo sobre um período obscuro da história brasileira.

Reflexões sobre o presente e o futuro

Enquanto 'Ainda Estou Aqui' olha para o passado, convida também a uma reflexão sobre o presente e o futuro do Brasil e do mundo. As histórias de resistência e resiliência que emergem do período da ditadura têm ressonância com movimentos contemporâneos de busca por justiça e verdade. Os temas de memória e luta contra o esquecimento são universais, ressoando muito além das fronteiras brasileiras.

Finalmente, é importante destacar que 'Ainda Estou Aqui' faz parte de uma onda crescente de produções cinematográficas brasileiras que estão recebendo reconhecimento internacional, sinalizando um robusto florescimento da indústria do cinema no país. Com histórias ricas e profundamente humanas, esses filmes estão quebrando barreiras e estabelecendo novos padrões de excelência no cinema global.

Conclusão

'Ainda Estou Aqui' não é apenas um concorrente forte no Festival Internacional de Cinema de Veneza; é uma obra que transcende a tela para tocar o coração e a mente de sua audiência. A história de Eunice Paiva, trazida à vida pelas hábeis mãos de Walter Salles, Fernanda Torres, Fernanda Montenegro e um elenco talentoso, é uma peça vital da memória histórica brasileira que continua a ressoar fortemente no presente. O filme é uma celebração da resiliência humana, uma chamada à reflexão e uma homenagem àqueles que lutaram e continuam a lutar contra o esquecimento e a injustiça.

Como Selton Mello e Fernanda Torres demonstraram através de suas emoções no Festival de Veneza, o poder do cinema reside não apenas em entreter, mas em emocionar, educar e inspirar. 'Ainda Estou Aqui' faz tudo isso com excelência, tornando-a uma peça essencial do tecido cultural contemporâneo do Brasil e do mundo.

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