Um empate que pareceu tranquilo no placar, mas que gerou um choque nas arquibancadas e nos bastidores da Sport Club Internacional e do Santos Futebol Clube. Na noite de segunda-feira, 24 de novembro de 2025, às 20h (horário de Brasília), no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, os dois times se enfrentaram em um jogo que não foi apenas um ponto no calendário — foi uma questão de sobrevivência. O 1 a 1 final, com gol de Alan Patrick dos Santos aos 20 minutos e empate de Álvaro Barreal aos 62, não resolveu nada. Pelo contrário: deixou ambos na corda bamba. Com três rodadas ainda por jogar, o rebaixamento deixou de ser uma ameaça abstrata e virou uma sombra que paira sobre os dois clubes.
Um ponto que dói mais do que uma derrota
O gol de Alan Patrick, o veterano meia de 35 anos que ainda tem o coração de um garoto em campo, foi um momento de pura tradição: cobrança de escanteio, cabeça de força, e o Beira-Rio explodiu. Mas o que parecia ser o início de uma virada para a Internacional virou um pesadelo de expectativas. O Santos, que vinha de três derrotas seguidas, reagiu com fome. E foi Álvaro Barreal, o argentino de 25 anos que muitos ainda não conhecem bem, quem deu o soco no estômago dos colorados. Um chute de esquerda, sem chance para Alexander Medina, no canto inferior direito. A assistência de Guilherme foi perfeita — mas o que mais impressionou foi a calma do garoto. Não gritou. Não comemorou. Só voltou para o meio de campo, como se soubesse: isso não é vitória. É sobrevivência.Na tabela, o abismo é real
Antes do jogo, a Internacional tinha 41 pontos, 12º lugar, com saldo de -8. O Santos, com 38 pontos e -14, ocupava a 17ª posição — apenas um ponto acima da zona de rebaixamento. Após o empate, nada mudou. A diferença entre o 16º e o 17º continua de um ponto. Mas o que importa agora não é o que está atrás. É o que está à frente. O Esporte Clube Vitória, com 39 pontos, está logo acima. O Fortaleza Esporte Clube, com 34, ainda tem jogo em atraso. E o Esporte Clube Juventude, com 33, pode subir a qualquer momento. O cenário é caótico. E o pior: ninguém sabe mais quem é favorito.Os números não mentem — e eles estão gritando
A Internacional precisa de sete pontos nas três últimas rodadas para garantir a permanência matematicamente. Isso significa vencer duas e empatar uma. Ou vencer todas. Mas com apenas 10 vitórias em 35 jogos, o time não tem confiança. Já o Santos precisa de cinco pontos. Parece pouco? É. Mas considerando que só venceu uma vez nos últimos seis jogos, parece impossível. A defesa é frágil: 49 gols sofridos — o pior entre os 15 primeiros colocados. E o ataque? Só marcou 32. O que é menos que o Sport Club do Recife, que está rebaixado. O Santos não é só um time que perde. É um time que não sabe como vencer.
A ausência da Globo e o silêncio da mídia
A partida foi transmitida por Rádio Grenal, a rádio tradicional de Porto Alegre, e por plataformas independentes. Mas a ausência da Globo foi sentida como um abandono. Um vídeo no YouTube com o título "GLOBO NÃO VAI TRANSMITIR OS JOGOS DECISIVOS DO BRASILEIRÃO 2025" viralizou. Não é só uma reclamação de torcedores. É um alerta. Quando a maior emissora do país deixa de cobrir confrontos que definem o futuro de clubes históricos, o futebol perde parte da sua alma. O jogo não foi apenas um empate. Foi um espelho: mostra o que acontece quando o interesse comercial prioriza os grandes, e esquece os que lutam para não cair.As últimas chances
A próxima rodada será decisiva. A Internacional enfrenta o Coritiba em casa, um time em crise. O Santos viaja para enfrentar o Botafogo, que ainda luta pelo G4. Se o Santos perder, a matemática se fecha. Se a Internacional empatar, a pressão aumenta. O técnico Alexander Medina, que já treinou a seleção uruguaia, agora parece mais um homem de crise do que um estrategista. Já o técnico do Santos, que chegou em julho, ainda não conseguiu impor identidade. O time joga como se estivesse com medo. E o medo vence quando o futebol perde a coragem.
Quem ainda tem esperança?
O Esporte Clube Vitória tem um jogo contra o Cruzeiro — um jogo que pode ser sua salvação ou seu fim. O Fortaleza tem um jogo em atraso. E o Juventude, que jogou contra o Palmeiras na rodada passada, ainda tem chances. Mas o que mais assusta é que, no final, o rebaixamento pode não ser uma questão de desempenho. Pode ser uma questão de sorte. Um pênalti não marcado. Um cartão vermelho injusto. Um erro de arbitragem. Porque, quando o futebol entra na fase de sobrevivência, o que vale não é o melhor time. É o que aguenta mais.Frequently Asked Questions
Como o empate entre Internacional e Santos afeta a chance de rebaixamento de cada time?
O empate manteve a Internacional com 41 pontos, precisando de mais sete pontos nas três últimas rodadas para garantir a permanência. Já o Santos, com 38 pontos, precisa de cinco pontos, mas enfrenta adversários mais fortes e tem um histórico pífio de vitórias. A diferença entre os dois é mínima, mas a pressão é maior sobre o Santos, que está apenas um ponto acima da zona de rebaixamento.
Por que a ausência da Globo é tão significativa neste momento?
A Globo é a principal emissora de futebol no Brasil e sua ausência em jogos decisivos diminui o alcance e o impacto mediático. Isso não só reduz a visibilidade dos clubes em luta, mas também afeta a arrecadação com direitos de transmissão. Torcedores sentem que estão sendo abandonados, e isso aumenta a sensação de desesperança, especialmente em times como o Santos, que já perdem espaço na mídia nacional há anos.
Quais são os próximos adversários de Internacional e Santos?
A Internacional enfrenta o Coritiba em casa, seguido por um jogo contra o Grêmio fora e encerra contra o Fluminense em casa. O Santos viaja para enfrentar o Botafogo, depois joga contra o Atlético Mineiro e encerra contra o Ceará. Todos adversários com chances de classificação, o que torna a tarefa ainda mais difícil.
Qual é o histórico recente de desempenho do Santos nesta temporada?
O Santos venceu apenas 9 dos 35 jogos, empatou 11 e perdeu 15. Nos últimos seis jogos, só venceu uma vez — contra o Chapecoense — e sofreu 11 gols nesse período. O ataque é ineficiente (32 gols marcados) e a defesa é a quarta pior da série A. O time vive um ciclo de baixa autoestima, com trocas constantes de técnicos e jogadores que não se adaptam ao sistema. A pressão externa só piora a situação interna.
O que o empate de 1 a 1 revela sobre o nível atual do futebol brasileiro?
Revela que o Campeonato Brasileiro está mais competitivo e menos previsível. Times tradicionais como Santos e Internacional estão em crise, enquanto clubes menores, como Mirassol e Juventude, se mostram mais organizados. A disparidade entre os grandes e os pequenos diminuiu. O futebol brasileiro agora é um jogo de sobrevivência, onde a consistência conta mais que o nome do clube. E isso, por mais duro que pareça, é saudável — se a gestão e o investimento acompanharem.
Quem é o principal responsável pela situação atual do Santos?
Não há um único culpado. Mas a gestão do clube, que priorizou gastos com jogadores de baixo impacto e não investiu em estrutura, é a principal responsável. A troca constante de treinadores — já são quatro em dois anos — reflete instabilidade. Além disso, a perda de jogadores-chave como Endrick e Lucas Braga, sem substitutos eficazes, deixou o time sem identidade. O torcedor quer coragem, mas o clube ainda parece mais preocupado em cortar custos do que em construir um futuro.
Alandenicio Alves
novembro 26, 2025 AT 17:13O empate foi uma facada nas costas. A Internacional merecia mais, mas o Santos tá tão ruim que até empate dói. Agora é torcer pra cair junto e ver o que sobra.
Se o Santos não vencer o Botafogo, tá tudo acabado. Sem chance.
É triste ver isso.