Na tarde de sábado, 25 de outubro de 2025, o Manchester United resgatou sua alma no Old Trafford. Com uma atuação cheia de garra, gols de origem brasileira e um fechamento de tirar o fôlego, o time venceu o Brighton & Hove Albion por 4 a 2, em um jogo que não só elevou os ânimos da torcida, mas também colocou os Red Devils no G4 da Premier League — pela primeira vez na temporada. E o mais surpreendente? Tudo começou com um toque de direita de um jogador que, até então, ainda não havia marcado por eles.
Brasileiros no centro do palco
Quem abriu o placar foi Matheus Cunha, o atacante brasileiro que chegou ao clube em julho por £42 milhões, após passagem turbulenta no Wolverhampton Wanderers. Aos 24 minutos, recebeu um passe de Casemiro, desviou o corpo, e encaixou uma bola de curva perfeita no canto direito do gol. A torcida explodiu. Ele correu em direção à bandeira, gritou, apontou para o peito — o número 30, agora não era só uma camisa, era uma promessa cumprida.
Dois minutos antes do intervalo, Casemiro voltou a aparecer. Recebeu um cruzamento de Luke Shaw, desviou com o peito e mandou para dentro. O gol do 2-0 parecia ter liquidado o jogo. Mas o Brighton não é time para desistir. Danny Welbeck, ex-jogador do United, cobrou falta com precisão cirúrgica aos 41’, e o estádio ficou em silêncio. O fantasma das derrotas anteriores voltou a pairar.
Um duelo de emoções
Na segunda etapa, o Manchester United voltou com mais segurança. Aos 61’, Bryan Mbeumo, o avançado da Costa do Marfim, recebeu um passe de Benjamin Šeško, driblou o zagueiro e finalizou com frieza. 3-1. Parecia o fim da história. Mas o futebol, como sempre, tem sua própria lógica.
Na reta final, Charalampos Kostoulas diminuiu para o Brighton com um chute de fora da área, aos 90+4’. O Old Trafford respirou fundo. O tempo passava. A torcida segurava a respiração. E então, aos 90+6’, veio o gol da vitória. Bruno Fernandes, o capitão português, viu o jovem Ayden Heaven — substituto de Shaw aos 65’ — soltar uma bola perfeita entre os zagueiros. Mbeumo, de frente para o gol, não hesitou. Levantou a perna e mandou a bola no travessão. O estádio entrou em êxtase. O placar final: 4-2.
Um triunfo com peso histórico
Antes do jogo, os comentaristas da NBC Sports lembraram algo assustador: o Brighton tinha vencido os últimos três jogos no Old Trafford. Três. Em uma casa que, por décadas, foi um quartel-general de medo para os rivais. Agora, o United não só venceu, como fez isso com gols de origem brasileira, um atacante africano em forma e um jovem inglês de 18 anos que entrou e mudou o ritmo. Isso não era só um resultado. Era um sinal.
“A equipe está se sentindo diferente”, disse o técnico Ruben Amorim após o jogo, segundo o relatório oficial do clube. “Nós não estamos apenas jogando melhor. Estamos acreditando.” E isso, talvez, seja o mais importante. A equipe tinha 16 pontos, +1 saldo de gols, e estava em quarto lugar — atrás apenas de Tottenham, Sunderland e Manchester City, todos com 17 pontos. Mas o que realmente importa é que, pela primeira vez em meses, os torcedores saíram do estádio com a sensação de que algo estava mudando.
O que o futuro traz?
A próxima partida do United será contra o Leeds United, em casa, no domingo, 2 de novembro. Já o Brighton volta à sua casa, o American Express Stadium, só em maio de 2026 — uma longa espera, mas que pode ser justa: o time precisa de tempo para se recompor. Afinal, o que aconteceu no Old Trafford não foi só um resultado. Foi um ponto de virada.
Matheus Cunha, que até então era visto como uma aposta cara e arriscada, agora é um símbolo. Casemiro, aos 38 anos, continua sendo o coração do meio-campo. E Mbeumo? Ele não só marcou duas vezes — ele provou que pode ser o finalizador que o United perdia desde a saída de Cristiano Ronaldo.
Por que isso importa?
Porque o Manchester United não está apenas buscando uma vaga na Champions. Está buscando sua identidade. E nesse jogo, ela foi escrita em português, em francês, em inglês e em português de novo — com um toque de direita que fez o estádio inteiro se lembrar de por que ama esse clube.
Frequently Asked Questions
Como Matheus Cunha se tornou tão importante tão rápido?
Apesar da pressão por seu alto valor de transferência, Cunha vinha mostrando bom desempenho nos treinos e em partidas da Europa League. Seu primeiro gol foi o primeiro de um brasileiro no United desde Bruno Guimarães, em 2023. A conexão com Casemiro, que já jogou com ele no Wolves, foi decisiva — o entrosamento entre os dois foi o diferencial tático do jogo.
Por que o Brighton venceu tantas vezes no Old Trafford antes?
Entre 2021 e 2024, o Brighton venceu três vezes no Old Trafford — algo inédito na história recente. Isso aconteceu porque o United estava em crise de confiança e o Brighton, sob Roberto De Zerbi, jogava com alta pressão e transições rápidas. Este jogo, porém, mostrou que o United, sob Amorim, está mais organizado e menos vulnerável a esse estilo.
Quem é Ayden Heaven e por que ele entrou no jogo?
Ayden Heaven, de 18 anos, é uma das maiores promessas da academia do Manchester United. Foi promovido ao time principal em agosto e entrou no jogo para dar mais velocidade e desequilíbrio na direita. Sua assistência para Mbeumo foi a primeira da carreira na Premier League — e o técnico Amorim já disse que ele será titular em pelo menos três jogos até o final do ano.
O que o resultado significa para a luta por Champions?
Com 16 pontos, o United está a um ponto de Sunderland e Tottenham, e empatado com o City. Como a temporada tem 38 rodadas, ainda é cedo, mas vencer três seguidas é o tipo de sequência que define campeonatos. Se mantiverem esse ritmo, a Champions está ao alcance — e não será apenas por sorte.
Casemiro ainda é essencial no meio-campo?
Sim. Apesar da idade, ele liderou a marcação, recuperou 12 bolas e fez 98% de passes certos. Seu impacto não está só nos gols — está na organização. Sem ele, o United volta a ser um time desordenado. E nesse jogo, ele foi o principal responsável por transformar a defesa em ataque.
O que o Brighton fez de errado?
O Brighton perdeu a concentração nos momentos decisivos. Apesar de ter criado chances, não conseguiu manter a pressão após o gol de Kostoulas. Além disso, a dupla de zagueiros, que vinha sendo sólida, errou duas vezes em finalizações diretas — algo que o United, sob Amorim, agora explora com precisão.
paulo queiroz
dezembro 2, 2025 AT 06:26Esse jogo foi tipo um filme de superação, mano. Cunha com aquele toque de direita, Casemiro ainda com a alma do meio-campo, e aquele garoto de 18 anos entrando e virando o jogo? Puts, não é só futebol, é emoção pura.
Quem disse que o United tá acabado? Aí está a prova de que identidade não se compra, se constrói. E hoje, ela foi escrita com sotaque brasileiro, africano e inglês. Foi bonito de ver.