Apagão de 14/10/2025: incêndio em subestação de Curitiba deixa 9 estados e DF no escuro

Apagão de 14/10/2025: incêndio em subestação de Curitiba deixa 9 estados e DF no escuro
15 out, 2025
por Sandro Alves Mentes Transformadas | out, 15 2025 | Notícias | 10 Comentários

Quando Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia do Ministério de Minas e Energia anunciou, às 0h32 da terça‑feira, 14 de outubro de 2025, que um apagão havia se espalhado por nove estados e pelo Distrito Federal, a causa: um incêndio na subestação Bateias, de 500 kV, na zona metropolitana de Curitiba, Paraná. A informação foi confirmada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que já despacharam equipes ao local. O que torna o caso relevante não é a falta de energia – o Brasil tem mais de 160 GW instalados – mas a vulnerabilidade de um ponto crítico da rede de transmissão.

O que aconteceu e por que tudo ficou no escuro

O incêndio, descrito como "um problema elétrico pontual", provocou a queda total da subestação Bateias. Sem a subestação, 500 kV de capacidade foram retirados instantaneamente do Sistema Interligado Nacional (SIN), gerando "uma perturbação de grande porte" que se propagou em cadeia. De acordo com o ONS, a falha ativou protocolos de segurança que desligaram 10 MW de carga de forma controlada, evitando um colapso ainda maior.

  • Horário da ocorrência: 0h32 (14/10/2025).
  • Local do incidente: subestação Bateias, Curitiba, Paraná.
  • Estados afetados: Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Amazonas, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Norte e o Distrito Federal.
  • Tempo de restabelecimento: Norte, Nordeste, Sudeste e Centro‑Oeste até 01h30; Sul às 02h30.
  • Medida preventiva: desligamento controlado de 10 MW.

É curioso notar que, embora a subestação tenha sido a origem, o SIN conseguiu isolar rapidamente a falha, graças a um “moderníssimo sistema de monitoramento”, como ressaltou o ministro.

Como o apagão se espalhou pelos 9 estados e DF

A rede de 500 kV conecta o Sudeste ao Sul e ao Centro‑Oeste. Quando a subestação Bateias saiu do ar, a energia que atravessa a região Sul teve que ser redirecionada por linhas de menor capacidade, provocando quedas de tensão que, em alguns pontos, foram suficientes para desligar o fornecimento. O ONS detalhou que a região Norte, Nordeste, Sudeste e Centro‑Oeste foram reabastecidas primeiro porque ainda contavam com reservas de energia nos grandes reservatórios hidrelétricos de São Francisco e Tocantins. Já a região Sul, mais dependente das linhas que partem de Curitiba, precisou de mais tempo para retomar o fluxo.

Na prática, moradores de São Paulo viram postes apagados por cerca de uma hora, enquanto em Florianópolis a luz voltou apenas às 02h30, coincidindo com o fim da transmissão de energia de backup.

Reações oficiais: Ministério, ONS, Aneel e EBC

Em entrevista ao programa Bom dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o ministro Alexandre Silveira foi enfático: "Não é falta de energia. É um problema na infraestrutura que transmite a energia". Ele ainda comparou o episódio aos apagões de 2001 e 2021, ressaltando que, naquele tempo, a causa era “falta de energia e falta de planejamento”. Hoje, segundo ele, o Brasil tem “muita energia” e está investindo R$ 70 bi em linhas de transmissão, incluindo obras no Nordeste e a ligação entre Manaus e Boa Vista.

O ONS publicou um relatório técnico indicando que as medidas de contenção funcionaram “como previsto”, evitando que a perturbação se transformasse numa cascata de apagões.

Já a Aneel enviou, ainda no mesmo dia, uma equipe de inspeção in loco para a subestação Bateias. Em nota, a agência informou que, além da investigação das causas do incêndio, serão instaurados processos de fiscalização para apurar responsabilidades dos agentes envolvidos.

Impactos imediatos e medidas de contenção

Além do desconforto doméstico, hospitais de Santa Catarina relataram que geradores de emergência foram acionados por cerca de 90 minutos, enquanto o aeroporto Santos‑Dumont, no Rio de Janeiro, registrou tráfego interrompido por 1 hora e 15 minutos. Segundo dados preliminares da EBC, o custo imediato de energia de reserva girou em torno de R$ 12 milhões, valor que ainda será refinado.

Empresas de energia elétrica adotaram o chamado “load shedding” controlado, reduzindo carga em áreas menos críticas – a estratégia que salvou o sistema de um blackout maior.

O que isso revela sobre a infraestrutura energética do Brasil

Especialistas em energia, como a professora Mariana Ribeiro da Universidade Federal de Minas Gerais, apontam que incidentes como esse são “alertas de fragilidade em pontos nodais”. Ela destaca que, embora o SIN seja um dos maiores sistemas interligados do mundo, ainda depende de subestações centrais que, se comprometidas, podem gerar efeitos em cadeia.

O investimento anunciado de R$ 70 bi, embora expressivo, tem sido criticado por alguns setores que pedem maior diversificação de fontes e modernização de sistemas de monitoramento em tempo real. O desafio agora é garantir que as obras em andamento – como a extensão da Linha Norte‑Sul, que passa por Brasília, e o interligador Manaus‑Boa Vista – cheguem a prazo e com qualidade.

Próximos passos e investigações

Nos próximos dias, a Aneel deverá publicar um relatório preliminar sobre o incêndio. Enquanto isso, o Ministério de Minas e Energia promete acelerar a revisão de procedimentos de segurança nas subestações de alta tensão.

Para a população, a mensagem central é ficar atento a comunicados da concessionária local e preparar um plano de emergência – afinal, mesmo que o Brasil tenha forte capacidade de geração, a transmissão ainda tem pontos críticos que precisam de reforço constante.

Perguntas Frequentes

Qual foi a causa exata do apagão em 14 de outubro de 2025?

O apagão foi provocado por um incêndio na subestação Bateias, de 500 kV, na região metropolitana de Curitiba (Paraná). O incêndio desligou a subestação, gerando uma perturbação de grande porte no Sistema Interligado Nacional.

Quais estados ficaram sem energia e por quanto tempo?

Santa Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Bahia, Amazonas, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Norte e o Distrito Federal foram afetados. As regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro‑Oeste tiveram energia restabelecida até 01h30; a região Sul recebeu energia novamente às 02h30.

Quais medidas foram adotadas pelas autoridades para evitar um colapso maior?

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) acionou protocolos de segurança, desligando 10 MW de carga de forma controlada (load shedding) e isolando a subestação afetada. A Aneel enviou equipe técnica ao local para inspeção e abriu processos de fiscalização.

O que o ministro Alexandre Silveira disse sobre o futuro da transmissão de energia no Brasil?

Silveira afirmou que o Brasil possui “muita energia” e que estão sendo investidos R$ 70 bilhões em linhas de transmissão, incluindo obras no Nordeste e a ligação Norte‑Sul entre Manaus e Boa Vista, para garantir maior segurança energética.

Como o apagão afeta o cotidiano das pessoas e das empresas?

Residências ficaram sem iluminação e refrigeração por até duas horas, hospitais acionaram geradores de emergência e aeroportos tiveram atrasos de voos. O custo imediato de energia de reserva foi estimado em cerca de R$ 12 milhões, sem contar perdas comerciais adicionais.

10 Comentários

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    Thais Santos

    outubro 15, 2025 AT 01:56

    Oi gente, esse apagão mostrou que a gente ainda tem muita coisa pra melhorar em termos de infraestrutura; vale a pena já começar a montar um plano de emergência em casa, tipo ter lanternas, pilhas e talvez um gerador pequeno pra não ficar no escuro por muito tempo.
    Também é legal ficar de olho nos comunicados da sua concessionária e anotar os números de telefone de serviços essenciais.

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    Flávia Teixeira

    outubro 22, 2025 AT 00:36

    Galera, não desanimem! 💪 Cada desafio como esse é uma chance de repensar nossa dependência de energia e buscar alternativas renováveis. 🌱 Se puderem, aproveitem pra instalar painéis solares ou investir em baterias domésticas. 🚀

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    Gabriela Lima

    outubro 28, 2025 AT 23:16

    É misterioso observar como, apesar dos investimentos anunciados, ainda persistem vulnerabilidades críticas no nosso Sistema Interligado Nacional, sobretudo nas subestações nodais que, se comprometidas, desencadeiam perturbações de grande porte, como demonstrado no recente incidente de Curitiba.
    O incidente evidencia falhas de planejamento que remontam a décadas de negligência nas políticas de manutenção preventiva, as quais são frequentemente subestimadas por gestores que priorizam métricas superficiais de geração.
    Ademais, a dependência excessiva de linhas de alta tensão concentradas em pontos estratégicos cria um ponto único de falha, circunstância que deveria ser mitigada mediante a diversificação de rotas de transmissão.
    A resposta do ONS, embora eficaz ao isolar a falha, reflete apenas uma medida de contenção emergencial e não soluciona o problema estrutural.
    O custo imediato de R$ 12 milhões, citado nas comunicações oficiais, subestima os prejuízos indiretamente associados, como perdas de produtividade e impactos na cadeia logística nacional.
    É imperativo que se intensifiquem auditorias independentes e que se promova a transparência dos processos de licenciamento de obras de expansão.
    A população, por sua vez, tem o direito de exigir que os recursos de R$ 70 bi sejam alocados de forma estratégica, priorizando a resiliência do sistema.
    Sem essa vigilância, corremos o risco de repetir episódios semelhantes, colocando em xeque a segurança energética do país.
    Portanto, reitero que a solução demanda não apenas financiamento, mas também governança robusta e compromisso com a continuidade dos serviços essenciais.

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    Jéssica Nunes

    novembro 2, 2025 AT 14:22

    Não podemos aceitar que o governo ofereça apenas discursos vazios enquanto elites internacionais manipulam a nossa rede elétrica; há indícios claros de que sabotagens planejadas têm relação com contratos obscuros de fornecimento de equipamentos.
    Esse apagão revela, na prática, a fragilidade de um sistema que foi deliberadamente deixado vulnerável para atender a interesses corporativos.

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    Willian José Dias

    novembro 6, 2025 AT 01:42

    Caríssimo, ao observarmos a situação, é notório como a cultura de complacência, a ausência de controle rigoroso, e a escassa transparência, resultam num cenário onde a eficiência operacional, a segurança energética, e a confiança pública são comprometidas; assim, urge uma reforma profunda, abrangendo não somente a infraestrutura física, mas também os processos de governança, a fiscalização, e a participação cidadã.

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    Elisson Almeida

    novembro 8, 2025 AT 09:16

    Em termos de métricas de confiabilidade, o parâmetro SAIDI (System Average Interruption Duration Index) certamente sofrerá elevação nas próximas publicações, dado que o tempo de interrupção ultrapassou os limites de tolerância estabelecidos pelo regulamento ANEEL; recomenda-se a revisão das curvas de carga e o redimensionamento das linhas de transmissão para otimizar o N‑1 adequadamente.

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    Ramon da Silva

    novembro 14, 2025 AT 04:09

    O que aconteceu foi, basicamente, um caso clássico de load shedding que evitou um colapso maior do sistema.
    Quando a subestação Bateias saiu do ar, o ONS automaticamente descarregou parte da demanda para manter a estabilidade.

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    Isa Santos

    novembro 17, 2025 AT 01:36

    Essa situação nos faz refletir sobre a interdependência entre energia e sociedade, percebendo que a luz que nos guia vai além do físico e toca a própria essência de nossas rotinas diárias, e que, ao perdermos esse brilho, somos levados a questionar o que realmente sustenta nossas vidas.

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    Everton B. Santiago

    novembro 23, 2025 AT 10:22

    É triste ver hospitais precisando acionar geradores por quase duas horas, mas feliz que não houve maiores consequências.
    Que isso sirva de alerta para melhorar os planos de contingência em todas as regiões.

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    Joao 10matheus

    novembro 27, 2025 AT 11:36

    Essa parada de energia foi mais uma prova de que o governo não tem capacidade nem coragem para garantir o básico; parecem estar mais preocupados em fazer aparição na mídia do que em entregar infra estrutura de qualidade.

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