Recuperação Judicial: o que é, como funciona e quando usar

Se a sua empresa está com dívidas acumuladas e o caixa apertado, a primeira coisa que vem na cabeça é fechar as portas. Mas antes de chegar a esse ponto, existe um caminho legal que pode salvar o negócio: a recuperação judicial. Essa ferramenta permite que a empresa continue operando enquanto negocia a dívida com credores, evitando a falência.

Funciona quase como um programa de reestruturação. Você entra com um pedido na Justiça, apresenta um plano de pagamento e ganha um prazo para colocar tudo em ordem. Durante esse período, os credores não podem cobrar judicialmente, o que dá fôlego para reorganizar a gestão, cortar custos e buscar novas fontes de receita.

Quando vale a pena solicitar?

Nem toda crise justifica a recuperação judicial. O ideal é usar quando a empresa ainda tem potencial de geração de caixa, mas falta liquidez para honrar compromissos. Se o mercado ainda aceita seus produtos ou serviços e você tem ativos que podem ser utilizados como garantia, a medida pode ser a melhor saída.

Outro ponto importante: a recuperação só funciona se houver apoio dos credores. Se a maioria dos credores concordar com o plano, as chances de sucesso sobem bastante. Por isso, antes de entrar com o pedido, converse informalmente com os maiores credores para medir a receptividade.

Passos básicos do processo

1. Preparar a documentação: balanço patrimonial, demonstrações de resultados, lista completa de credores, contratos e provas de impossibilidade de pagar. Quanto mais detalhado, melhor.

2. Contratar um advogado especializado: a lei tem detalhes técnicos e o juiz avaliará a qualidade do plano apresentado.

3. Protocolar o pedido de recuperação no tribunal competente. A partir daí, a empresa entra em um período de proteção judicial que dura 180 dias, prorrogáveis.

4. Elaborar o plano de recuperação: aqui você define como vai pagar os credores – parcelamento, descontos, troca de títulos ou até venda de ativos. O plano precisa ser viável e mostrar que a empresa volta a gerar lucro.

5. Assembleia de credores: os credores se reúnem para votar o plano. Se a maioria aprovar, o plano entra em vigor; se não, pode ser preciso renegociar ou até encerrar a recuperação.

6. Execução do plano: cumpre o que foi acordado, paga as parcelas, presta contas ao juiz e mantém a transparência com os credores.

Durante todo o caminho, a comunicação é essencial. Atualize os credores sobre a saúde financeira, mostre as melhorias que estão sendo feitas e demonstre comprometimento. Essa postura aumenta a confiança e diminui a chance de novos processos judiciais.

Por fim, lembre‑se que a recuperação judicial não é um bicho de sete cabeças, mas requer planejamento, disciplina e apoio profissional. Se usada na hora certa, pode ser a ponte que salva a sua empresa e mantém empregos.

Tupperware Inicia Recuperação Judicial nos EUA para Reestruturar Dívidas
18 set, 2024

Tupperware Inicia Recuperação Judicial nos EUA para Reestruturar Dívidas

por Sandro Alves Mentes Transformadas | set, 18 2024 | Economia | 0 Comentários

A Tupperware Brands, célebre por seus utensílios de cozinha plásticos, entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. A empresa fez a petição sob o Capítulo 11 em Delaware após enfrentar meses de negociações com seus credores para administrar uma dívida superior a US$ 700 milhões. A Tupperware declarou ativos entre US$ 500 milhões e US$ 1 bilhão e passivos entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões.

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