Quando Odete Roitman, a vilã imortal da novela, foi baleada no capítulo exibido nesta segunda‑feira, 6 de outubro de 2025, a televisão brasileira entrou em frenesi.
A cena, transmitida às 21h20 pela TV Globo, marcou o ponto de virada da nova versão de Vale TudoRio de Janeiro e reacendeu o antigo interrogatório: "Quem matou Odete Roitman?".
A produção, comandada pela roteirista Manuela Dias, garantiu que o mistério seria mantido até o último capítulo, agendado para 17 de outubro, com dez finais diferentes gravados e cinco suspeitos principais.
Contexto histórico: o legado de "Vale Tudo"
Originalmente ao ar em 1988, Vale Tudo foi um divisor de águas da teledramaturgia, trazendo à tona questões éticas e sociais que ainda ressoam hoje. A morte de Odete, interpretada por Débora Bloch, tornou‑se um marco cultural. Na versão clássica, a cena aconteceu no Natal, quando Leila (Cassia Kis) atirou na mãe de Heleninha por engano.
Três décadas depois, o remake conserva o suspense, mas acrescenta camadas modernas: redes sociais, podcasts de teoria de fãs e uma estratégia de gravação múltipla que deixa até o elenco em dúvida sobre seu próprio destino.
Detalhes do capítulo de 6 de outubro
No episódio, Raquel (personagem vivida por Taís Araújo) revela a Ivan que teme um ataque de Maria de Fátima (Bella Campos). Enquanto isso, Marco Aurélio (Alexandre Nero) e César (Cauã Reymond) arquitetam seus próprios planos de assassinato.
Em paralelo, Celina (Malu Galli) demonstra preocupação com o desaparecimento de Heleninha (Paolla Oliveira), que já sofre com alcoolismo e uma carreira artística turbulenta.
A última cena mostra Odete recebendo um visitante inesperado em seu quarto. O silêncio é quebrado por um disparo que ecoa pelos corredores da mansão, encerrando o capítulo com uma imagem que rapidamente se tornou meme nas redes.
Os cinco suspeitos e os dez finais gravados
Manuela Dias confirmou ao Fantástico que a equipe filmou "cinco suspeitos, matando e não matando", totalizando dez finais distintos. Cada suspeito tem motivos plausíveis:
- Marco Aurélio – advogado ambicioso, temia perder influência se Odete retirasse sua parceria.
- Maria de Fátima – vítima de um sequestro que a bilionária ordenou; a vingança parece inevitável.
- César – empresário que recebeu ameaças de falência ao ser excluído de um negócio chave.
- Celina – guarda‑costas fiel, mas incapaz de enxergar Odete como mais que uma chefe.
- Heleninha – filha tumultuada, com histórico de abuso de álcool e arte violenta.
A estratégia de gravar múltiplos finais deu ao roteirista a liberdade de mudar o rumo da trama até o último minuto, algo que os fãs chamam de "suspense de alta definição".
Reações nas redes e na imprensa
O #QuemMatouOdete rapidamente trendeu no Twitter, acumulando mais de 1,2 milhão de tweets nas primeiras 24 horas. Influenciadores de TV, críticos de cultura e até políticos comentaram, refletindo a importância simbólica da novela para a identidade nacional.
Na imprensa, O Globo e Folha de S.Paulo publicaram análises apontando para a estratégia de engajamento digital da Globo como novo paradigma da teledramaturgia. "É o reality show da novela", escreveu a crítica de cultura Ana Lúcia Mendes.
Mesmo os atores se mostraram surpresos. "Eu gravei duas cenas em que mato e duas que não mato. Ainda não sei o que vai acontecer", declarou Alexandre Nero durante entrevista pós‑exibição.
Impacto cultural e o que vem a seguir
A morte de Odete Roitman não é apenas um ponto de virada da trama; é um lembrete de como uma novela pode influenciar o discurso público. Na década de 80, a frase "Vale Tudo" virou sinônimo de cinismo político. Hoje, o mesmo título serve de pano de fundo para debates sobre poder feminino, corrupção corporativa e o papel da mídia.
Com o capítulo final marcado para 17 de outubro, a expectativa está em alta. A Globo promete revelar o culpado em um especial de duas horas, com participação de ex‑elenco, críticos e até uma votação ao vivo nas redes – algo que nunca havia sido feito em um drama de horário nobre.
Próximos passos: o que esperar do desfecho
O que sabemos até agora: os roteiristas ainda mantêm o suspense, mas as pistas sugerem que a culpa pode recair sobre a personagem que menos parece ter motivos claros – Celina. Alguns especialistas apontam para o uso de “flor de Lis” no cenário da sala como símbolo de traição velada, elemento recorrente nas gravações de Celina.
Se a revelação confirmar que a filha Heleninha foi a autora do crime, será uma conclusão que fecha o ciclo de geração em geração de violência psicológica – um tema que a novela tem explorado há anos.
Independentemente do desfecho, o caso reafirma a capacidade da teledramaturgia brasileira de criar momentos de medida social, capazes de unir o país em torno de um mesmo enigma.
Entenda o legado de Odete Roitman
Odete Roitman, nascida como Antônia de Aguiar em 1974, emergiu nos anos 80 como a antípoda da mocinha tradicional. Seu poder, misoginia e moral flexível abriram portas para outras vilãs que desafiam o patriarcado de forma sutil.
Hoje, sua morte simboliza o fim de um ciclo e o início de novas narrativas sobre poder feminino nos roteiros contemporâneos.
Perguntas Frequentes
Como o assassinato de Odete Roitman pode influenciar a audiência da novela?
A revelação cria um pico de curiosidade que costuma aumentar a média de telespectadores em até 15 % nas semanas que antecedem o final, impulsionando tanto a mídia tradicional quanto o engajamento nas redes sociais.
Quais são os principais motivos de cada suspeito?
Marco Aurélio tem interesse financeiro, Maria de Fátima busca vingança por sequestro, César teme perda de contrato, Celina protege seu cargo e Heleninha luta contra o trauma familiar e o alcoolismo.
Por que a Globo gravou dez finais diferentes?
A estratégia visa manter o suspense até o último dia, gerar conteúdo extra para redes sociais e permitir ajustes de roteiro baseados na reação do público em tempo real.
O que os críticos estão dizendo sobre a nova versão de Vale Tudo?
A maioria elogia a atualização dos temas (corrupção corporativa, feminismo e mídia digital) mas alerta que o excesso de truques de suspense pode ofuscar a narrativa central.
Quando será revelado quem realmente matou Odete?
A identidade do assassino será anunciada no capítulo final, programado para 17 de outubro de 2025, durante um especial de duas horas transmitido ao vivo pela TV Globo.
edson rufino de souza
outubro 6, 2025 AT 19:00Não é coincidência que a Globo lance esse jogo de assassinato como se fosse um experimento social. Enquanto o público se distrai com o “quem matou Odete”, as verdadeiras marionetes do poder manipulam a agenda nacional. Cada cena gravada, cada final alternativo, serve para testar a vulnerabilidade psicológica da massa. A estratégia de múltiplos finais é, na realidade, um teste de controle de narrativas, similar ao que acontece nos bastidores dos grandes conglomerados de mídia. Se você ainda acha que tudo isso é só entretenimento, está de parabéns: o engano está ao seu redor.
É hora de despertar.
Bruna Boo
outubro 6, 2025 AT 20:00Esse suspense é puro marketing barato.
Ademir Diniz
outubro 6, 2025 AT 21:23Vamo lá galera, a novela tá mostrando que a gente pode questionar o poder sem medo. Mesmo com tanta intriga, o fato de ter 10 finais diferentes mostra criatividade e coragem da produção. Não esqueçam que, no final, a história sempre volta ao coração das pessoas, então curtem e apoiem!
Savaughn Vasconcelos
outubro 6, 2025 AT 22:46A morte de Odete Roitman representa um ponto de inflexão não apenas na narrativa televisiva, mas também na psicologia coletiva do país. Quando analisamos o arco histórico da personagem, percebemos que sua vilania foi construída sobre as ansiedades da sociedade dos anos 80, quando a corrupção institucional ainda era um tabu. Hoje, a mesma figura serve como espelho das complexas dinâmicas de poder que permeiam nossas instituições contemporâneas. O fato de a Globo ter investido em dez finais diferentes demonstra uma compreensão profunda da necessidade de manter o espectador em estado de fluxo constante. Cada suspeito – Marco Aurélio, Maria de Fátima, César, Celina e Heleninha – incorpora um medo archetypal que ressoa com diferentes camadas da população. Marco Aurélio personifica o temor de que o meritocrático pode ser subvertido por alianças ocultas. Maria de Fátima, por sua vez, encarna a vingança da classe marginalizada contra o império do capital. César simboliza a fragilidade dos negócios quando expostos a pressões políticas. Celina, ao mesmo tempo guarda‑costas e cúmplice, revela a ambiguidade moral que muitas vezes ocultamos sob um verniz de profissionalismo. Heleninha, com seu histórico de trauma e alcoolismo, representa a geração que tenta romper ciclos de violência herdados. A escolha de utilizar um elemento visual – a flor de Lis – como símbolo de traição confirma a intenção dos roteiristas de fornecer pistas semi‑ocultas para o público analítico. Essa estratégia de “easter eggs” cria uma experiência quase interativa, onde o telespectador se vê compelido a montar teorias como se estivesse numa sala de investigação. O fenômeno nas redes sociais, com mais de um milhão de tweets, evidencia como a narrativa televisiva se funde com a cultura de consumo de informação instantânea. A sofisticação desse modelo de engajamento pode ser vista como um reflexo da mercantilização da própria dúvida. Em última análise, a revelação do assassino servirá como um rito de passagem para o público, marcando o fim de um ciclo narrativo e o início de outro. Portanto, ao assistir ao próximo capítulo, devemos lembrar que somos simultaneamente espectadores e participantes de um experimento cultural que ultrapassa os limites da ficção.
Rafaela Antunes
outubro 7, 2025 AT 00:10Eu acho q a produção tá se achando demais, mas na real parece que tão só tentando ser trendy. Todo esse rolo de 10 finais diferentes parece um show de circo, n? A narrativa ficou forçada, e o suspense nem parece autêntico. Se o objetivo era chamar atenção, tá certo, mas a qualidade? Tão lá no chão. Bora ver se alguma coisa faz sentido.
Marcus S.
outubro 7, 2025 AT 01:33Ao observar a estrutura metalinguística aplicada na trama, verifica‑se que a universalização do dilema moral transborda os limites da ficção televisiva. A escolha deliberada de múltiplos desfechos constitui, pois, um experimento hermenêutico que testa a plasticidade da audiência. Tal estratégia, embora ousada, pode vir a desestabilizar a coesão narrativa, gerando um efeito de fragmentação cognitiva. É, portanto, imperativo que o desfecho final seja respaldado por uma lógica intrínseca que sustente o arco dos personagens. Só assim a obra alcançará a excelência estética que se propõe.
João Paulo Jota
outubro 7, 2025 AT 02:56Claro, porque nada diz “orgulho nacional” como assistir a novela que só serve de playground para os executivos de TV. Essa história de assassinato é só mais um jeito de distrair o povo enquanto o país sofre. Se a gente realmente quisesse um drama, poderia olhar pra política real ao invés de ficar especulando sobre quem puxou o gatilho na mansão de Odete. Mas tudo bem, continuem com seu reality‑show de alta definição, que é o que realmente importa, né?
vinicius alves
outubro 7, 2025 AT 04:20Olha, o babado tá no hype da parada, mas na real, a novela parece um piloto de produto sem brand awareness. O storytelling tá cheio de filler e pouca substance, então o público fica no feeling de desinteresse. Tá na hora de reavaliar o ROI desse suspense.
Lucas Santos
outubro 7, 2025 AT 05:43Concordo que o contexto midiático merece uma análise rigorosa, embora a retórica conspiratória frequentemente careça de evidência empírica. É imprescindível distinguir entre controle narrativo e manipulação deliberada. A produção pode estar apenas buscando maximizar engajamento, sem intenções ocultas de dominação. Assim, devemos observar com ceticismo, mas sem cair em paranoia :).
Larissa Roviezzo
outubro 7, 2025 AT 07:06Uau que viagem isso tudo é de tirar o fôlego! Cada detalhe parece querer nos puxar para dentro do abismo da trama! A Flor de Lis não é só um detalhe decorativo é um grito silencioso de traição! E ainda tem aquela tensão que não dá pra respirar! Sério eu tô sentindo o coração disparar aqui!
Luciano Hejlesen
outubro 7, 2025 AT 08:30Ah, mas permita‑me elevar a discussão ao patamar da estética simbólica 🍃. A flor de lis, enquanto signo aristocrático, conjura a ideia de uma decadência sublime que transcende a mera ficção televisiva 🌹. Essa camada simbólica revela um discurso de poder oculto, cuja compreensão exige um olhar cultivado e sensível 🧐. Em suma, a produção não está apenas brincando com suspense; está teorizando sobre a genealogia do poder através de códigos visuais.
Marty Sauro
outubro 7, 2025 AT 09:53Olha, se a novela vai tão longe pra ser “arte” então eu tô aqui pra aplaudir esse esforço dramático. Quem diria que um assassinato podia ser tão “profundo”, né? Vamos curtir o espetáculo e esperar que o final não seja um desastre total. Afinal, o otimismo sempre ajuda a passar pelos capítulos turbulentos.
Aline de Vries
outubro 7, 2025 AT 11:16Você tem razão, a gente tem que apoiar mesmo quando a trama parece meio maluquinha. Cada detalhe conta e o esforço da equipe merece reconhecimento. Vamo continuar acompanhando e torcer pra que o final seja justo pra todos. E não esquece, se precisar de companhia pra maratonar, conta comigo!
Wellington silva
outubro 7, 2025 AT 12:40A crítica sobre a produção é válida, porém é preciso considerar que a inovação narrativa traz riscos inerentes. Quando se tenta quebrar padrões, a percepção de autenticidade pode ser distorcida pelos espectadores mais conservadores. Além disso, o uso de múltiplos finais pode gerar a sensação de “produto” ao invés de uma história coerente. Ainda assim, o debate gerado tem seu valor, pois estimula a reflexão sobre os limites da teledramaturgia contemporânea. Por fim, a trama ainda tem potencial de surpreender, se bem direcionada.