Uma corrida histórica em Barcelona
Domingo passado, a cidade de Barcelona virou o palco de um dos feitos mais impressionantes do atletismo de longa distância. recorde mundial foi a palavra que ecoou quando o ugandês Jacob Kiplimo cruzou a linha de chegada em 56 minutos e 41 segundos, tornando‑se o primeiro atleta a romper a barreira dos 57 minutos na meia maratona.
O jovem de 24 anos não apenas bateu a marca de 57:30 estabelecida pelo etíope Yomif Kejelcha em Valência, mas fez isso com 88 segundos de vantagem. Para colocar em perspectiva, a diferença é quase equivalente a correr duas voltas completas de pista em ritmo máximo. Kiplimo chegou ao ponto de partida ainda carregando o peso de uma derrota sofrida poucos dias antes, quando perdeu a tradicional corrida de São Silvestre por apenas um segundo.
A corrida começou agressiva. Kiplimo relatou que nos primeiros dois quilômetros já tentou se livrar da concorrência, percebendo que estava em ritmo de recorde. "Eu sabia que precisava manter o passo a todo custo", disse em entrevista logo após a prova.

Detalhes da prova e reações
Além da façanha masculina, a edição feminina da Barcelona Half Marathon foi marcada pela defesa de título de Joyciline Jepkosgei, do Quênia. Ela terminou em 1 hora, 4 minutos e 15 segundos, melhorando seu próprio recorde de percurso em 14 segundos.
O pódio masculino ficou assim: Kiplimo em primeiro, com mais de dois minutos de vantagem sobre o compatriota Geoffrey Kamworor, que chegou em 58:44. O corredor queniano Samuel Mailu completou o pódio com 59:40.
As condições climáticas foram quase ideais: céu limpo, temperatura em torno de 12 °C e umidade baixa, fatores que contribuíram para o ritmo constante dos atletas. A pista de Barcelona, conhecida por ser plana e bem conservada, também ajudou a minimizar perdas de energia nas curvas.
Especialistas em fisiologia esportiva apontam que o treinamento de Kiplimo inclui sessões de altitude em Uganda, reforço de força e estratégia de pacing refinada. Esse conjunto de fatores, aliado à motivação de superar uma derrota recente, parece ter sido o gatilho para o salto histórico.
Para o mundo do atletismo, o feito abre novas perguntas: será que a barreira dos 56 minutos está a alguns passos? Outros atletas já começam a planejar suas estratégias para tentar copiar o ritmo de Kiplimo nos próximos meses.