Quando Berta Loran, atriz e humorista da TV Globo faleceu na noite de domingo, 28 de setembro de 2025, o Brasil inteiro sentiu a perda de um dos maiores símbolos da comédia televisiva. O falecimento foi confirmado na segunda‑feira, 29 de setembro, pelo comunicado oficial do Hospital Copa D'Or, localizado em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro.
Contexto histórico e trajetória de vida
Nascida como Basza Ajs em 23 de março de 1926 na Polônia, Berta sobreviveu ao Holocausto, emigrando para o Brasil ainda jovem. Naturalizada cidadã brasileira, ela começou a trabalhar como artista de revista nos anos 1950, mas foi na TV que encontrou seu verdadeiro palco.
Seu primeiro contrato com a TV Globo chegou na década de 1970, quando ainda eram poucos papéis para mulheres idosas em programas de humor. A perseverança da artista abriu portas para gerações futuras.
Os papéis que marcaram a televisão brasileira
O público nunca esqueceu Manuela D'Além Mar, a portuguesa caricata que surgiu em "A Escolinha do Professor Raimundo" (1990). A personagem, com seu sotaque exagerado e frases de efeito, virou meme antes mesmo da era das redes sociais.
Outro personagem icônico foi a empregada Frosina, da novela "Amor com Amor Se Paga" (1984). A interpretação de Loran lhe rendeu prêmios de popularidade e consolidou sua reputação como a "rainha da graça" no horário nobre.
Além dessas, Berta brilhou em programas como "Faça Humor, Não Faça Guerra", "Planeta dos Homens", "Balança mas Não Cai" e, claro, em "Zorra Total" (1999), onde seu humor ácido se misturava a críticas sociais sutis.
Últimos trabalhos e legado
Embora tenha aparecido em poucas novelas – "Cama de Gato" (2009), "Ti Ti Ti" (2010), "Cordel Encantado" (2011) e "A Dona do Pedaço" (2019) – seu impacto cultural manteve‑se intacto. Em 2019, ela interpretou Dinorá Macondo, mãe do irmão ilegítimo de Eusébio, papel entregue por Marco Nanini na novela.
Seu último registro em audiovisual foi o filme "Juntos e Enrolados" (2022), ao lado de Rafael Portugal e Cacau Protásio. A participação, embora breve, mostrou que a energia de Berta ainda contagiava novos talentos.
Em 2016, João Luiz Azevedo, produtor cultural, escreveu a biografia "Berta Loran: 90 anos de humor", revelando detalhes curiosos, como as dificuldades de sua segunda união com o comerciante Júlio Marcos Jacoba.
Reações e homenagens
Imediatamente após o anúncio, colegas como Marco Nanini e apresentadores da TV Globo compartilharam mensagens nas redes: "Uma aula de vida e risada deixada para sempre".
Fãs organizaram vigílias virtuais no Twitter, usando a hashtag #AdeusBertaLoran, que rapidamente ultrapassou 200 mil publicações. O Jornal O Globo dedicou uma foto de capa ao rosto sorridente da artista, ressaltando sua importância na construção da identidade humorística nacional.
Funeral e despedida
O velório será realizado na Sociedade Religiosa Israelita Chevra Kadisha, a partir das 8h de terça‑feira, 30 de setembro, no Rio de Janeiro. O sepultamento ocorrerá às 11h no Cemitério Israelita de Belford Roxo. A família pediu privacidade, mas informou que haverá transmissão ao vivo para que admiradores possam prestar suas últimas homenagens.
Por que a história de Berta Loran ainda importa?
Além de ser um marco da comédia, Berta representou a força da mulher imigrante que superou traumas de guerra e, com humor, ajudou o Brasil a rir de si mesmo. Seu percurso demonstra que a arte pode ser ferramenta de resistência e integração cultural.
- Nasceu em 1926, Polônia; sobreviveu ao Holocausto.
- Carreira de mais de 70 anos na TV brasileira.
- Personagens marcantes: Manuela D'Além Mar e Frosina.
- Último filme: "Juntos e Enrolados" (2022).
- Falecida aos 99 anos no Hospital Copa D'Or, Rio.
Frequently Asked Questions
Qual foi o impacto de Berta Loran na televisão brasileira?
Berta ajudou a popularizar o humor de personagens caricatas, inspirando programas como "A Escolinha" e "Zorra Total". Sua capacidade de transformar estereótipos em risos construtivos abriu espaço para outras mulheres na comédia televisiva.
Como foi a reação da família e dos fãs ao falecimento?
A sobrinha, Sarita Paskin, pediu respeito à privacidade, mas confirmou o velório. Nas redes, milhares de seguidores usaram a hashtag #AdeusBertaLoran, compartilhando lembranças e mensagens de carinho.
Qual foi o último papel de Berta Loran antes de se aposentar?
Sua última atuação nas telinhas foi como Dinorá Macondo na novela "A Dona do Pedaço" (2019). O filme "Juntos e Enrolados" (2022) marcou sua última aparição cinematográfica.
Por que a história pessoal de Berta Loran é relevante?
Sobrevivente do Holocausto, imigrante e cidadã brasileira, Berta simboliza a resiliência. Seu humor transcendeu traumas, tornando‑se ferramenta de integração cultural e memória histórica para gerações.
Onde será realizado o funeral e como o público pode acompanhar?
O velório acontecerá na Sociedade Religiosa Israelita Chevra Kadisha, às 8h de 30 de setembro, no Rio de Janeiro. O sepultamento será às 11h no Cemitério Israelita de Belford Roxo, com transmissão ao vivo nas redes da TV Globo.
Eder Narcizo
setembro 29, 2025 AT 21:17Descanse em paz, Berta, sua risada vai ecoar sempre! :)
Leonard Maciel
outubro 9, 2025 AT 17:24A trajetória de Berta Loran é um exemplo incrível de resiliência e talento. Ela chegou ao Brasil como refugiada da Polônia, enfrentou o trauma do Holocausto e, ainda assim, conseguiu se reinventar como artista. Nos anos 50 começou nos palcos de revista, onde aprendeu o timing cômico que mais tarde brilhou na TV. Seu ingresso na Globo nos 70 transformou o humor da emissora, trazendo personagens que se tornaram ícones. Hoje, sua história inspira novas gerações de humoristas que veem na sua jornada um caminho possível.
Vivi Nascimento
outubro 19, 2025 AT 13:30Que legado imenso, viu? Berta não foi só atriz, foi uma ponte entre culturas, entre o passado doloroso e o presente alegre, entre o drama da sobrevivência e o riso que cura, entre a TV de antigamente e o humor contemporâneo. Cada personagem dela carregava um pedacinho da sua história, uma nuance de quem já viu o mundo despencar e ainda assim sorrir.
Charles Ferreira
outubro 29, 2025 AT 08:37Vou direto ao ponto: Berta foi um marco pro humor da TV, um baita exemplo de superação. Muito bom ver ela sendo lembrada.
Bruna Fernanda
novembro 8, 2025 AT 04:44Claro, a Globo lamenta, mas já é hora de reconhecer que o mercado de comédia ainda tem um longo caminho pra valorizar veteranos como Berta. Não basta só fazer homenagem nas redes, tem que criar mais espaço pra quem construiu a base.
jefferson moreira
novembro 18, 2025 AT 00:50Berta Loran sempre será lembrada como uma grande professora de vida e humor. Seu jeito simples de transmitir mensagens profundas nos faz refletir e, ao mesmo tempo, rir.
Rodrigo Sampaio
novembro 27, 2025 AT 20:57É impressionante como a Berta conseguiu transformar a cultura pop brasileira com aquele humor ácido e cheio de crítica social. Ela é parte essencial da identidade da nossa TV, e ainda inspira novos talentos a ousarem nas piadas.
Bruna Matos
dezembro 7, 2025 AT 17:04Quando penso na história de Berta Loran, não consigo evitar um torrente de emoções que se misturam como se fossem fios de luz num céu noturno.
Primeiramente, sua chegada ao Brasil, fugindo das trevas do Holocausto, representa uma ressurreição que transcende a mera sobrevivência física.
Depois, sua inserção nos palcos de revista nos anos 1950 mostra uma coragem que poucos ousariam imaginar, sobretudo numa época em que as oportunidades para mulheres idosas eram praticamente nulas.
Aos 70, ao entrar na Globo, ela não só entrou, mas quebrou barreiras, pavimentando caminhos que hoje são trilhados por inúmeras humoristas.
Manuela D'Além Mar, personificação de um estereótipo cuidadosamente descontruído, tornou‑se um símbolo de resistência cultural.
Frosina, com sua ingenuidade aparente, denunciava as contradições da sociedade de forma sutil, mas poderosa.
Em ‘Zorra Total’, sua presença trouxe um tempero ácido ao humor de massa, algo que ainda ecoa nas risadas de quem assistiu.
Não podemos esquecer suas participações em novelas como ‘Cama de Gato’ e ‘A Dona do Pedaço’, onde apesar da limitada tela, sua energia iluminava cada cena.
O filme ‘Juntos e Enrolados’ mostrou que, mesmo em sua não‑decadência, ela ainda sabia dialogar com a nova geração de comediantes.
Além de tudo isso, Berta foi uma das primeiras a usar o humor como ferramenta de cura para traumas profundos, algo que se tornou tema de estudos acadêmicos.
Ela inspirou livros, biografias, e até memes que atravessaram fronteiras digitais, provando que seu impacto não conhece limites.
Hoje, ao lembrarmos de sua partida, temos que reconhecer que seu legado é mais que risos; é uma lição de resistência, adaptação e criatividade.
Desse modo, a comédia brasileira carrega em cada piada um fragmento da sua história, e cada salto de humor tem um eco da sua voz.
Portanto, o adeus a Berta Loran não é apenas o fim de uma vida, mas a perpetuação de um espírito que continuará a fazer o Brasil rir, mesmo nas horas mais sombrias.
Davi Silva
dezembro 17, 2025 AT 13:10A Berta nos ensinou que o humor pode ser um ato de coragem. Cada personagem que ela criou trouxe à tona questões importantes, mas de um jeito que fazia todo mundo rir. Seu legado vai muito além das risadas – é uma aula de como transformar dor em arte.
Joseph Tiu
dezembro 27, 2025 AT 09:17É realmente inspirador ver como Berta conseguiu atravessar diferentes gerações e ainda permanecer relevante. Seu trabalho continua a ser referência para quem quer criar com autenticidade e ousadia.